Continuação
de FAMÍLIA - 3/3
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Contendo referências sobre:
Quando criança (4 a 6 anos) fui aluno do Prof.
Clemente em sua Academia de Ginástica, com o compromisso do mesmo me acompanhar
o tempo todo. Os exercícios - na Praça da Graça - começavam às 5 da manhã e
eram seguidos de aulas de natação - num cais do rio Igaraçu, onde aprendi a
nadar.
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Curso primário – 1934/37
Aos 6
anos entrei no Jardim da Infância do Colégio N. S. das Graças (foto ao lado)
onde minhas irmãs Ena e Sônia já estudavam. Estudei lá até os 10 anos, tendo
completado o curso primário, Presto minha homenagem de gratidão às dignas
professoras (freiras da Ordem de Santa Catarina de Sena) Amália, Bernadete e
Assunção, e à diretora – Madre Savina Petrilli.
Anexa
ao colégio havia a “Capela de Santo Antônio”, que veio a ser a atual igreja. Nela
fiz minha 1ª Comunhão. O citado acontecimento está comentado - sob o título
“Ilusão de um ensino” - no Suplemento deste.
Abro um parêntese: Mamãe contava um curioso incidente ocorrido ali nas imediações daquele
colégio, quando a mãe dela ainda era noiva: a casa onde morou minha avó era no
local onde posteriormente foi construída aquela escola, situada num vasto
descampado. O jovem inglês que seria o pai de minha mãe tinha de atravessar aquele
terreno quando ia noivar. Na escuridão
de uma noite, orientado apenas pelas luzes da casa da noiva, ele tropeçou numa
pequena elevação e caiu; mas a surpresa foi que “o chão subiu” e o derrubou de
novo; o fato é que o pobre havia tropeçado em uma vaca deitada, que
placidamente se levantou quando alguém caiu sobre seu lombo! Dá para imaginar a
cena constrangedora do inglesinho chegando todo sujo e assustado na casa da
noiva. Hoje, no lugar do antigo descampado que serviu de pastagem, existem a
linda Praça de Sto. Antônio e o Centro Cívico de Parnaíba. Fecho o parêntese. ______________________________________________________________________________
No Rio de Janeiro - em
1938
Aos 10 anos, em 1938,
realizei o sonho de navegar em alto mar. Papai me convocou para
acompanhar Mamãe quando ela regressasse do Rio deixando minhas irmãs Ena e
Sônia internas no Colégio Sion, de Petrópolis. Fomos no “Affonso Penna” (foto),
da empresa Lloyd Brasileiro.
Como os
navios de cabotagem operavam na baía maranhense de Tutóia e a cidade de
Parnaíba fica numa margem do Igaraçu (um
dos rios em que o grande rio Parnaíba se abre no delta do mesmo nome) a ligação
entre Parnaíba e Tutóia era feita por navios fluviais (foto ao lado) que são
rebocadores de grandes alvarengas para transporte de carga. Viajamos num deles,
da empresa inglesa Booth Line, de navegação oceânica, que em Parnaíba tinha uma
filial e uma doca seca para reparo em suas embarcações fluviais.
Na ida
tivemos a agradável companhia do casal Alberto de Moraes Correia e D. Maria,
com sua primogênita – Carminha, de 7 anos. Aos 15 ela se tornou minha namorada;
aos 17, minha noiva; e aos 19, minha esposa, para minha honra e felicidade. Graças
a Deus!
Na 1ª
foto abaixo ela é a menorzinha, logo atrás de mim, numa escadaria daquele
navio. A mocinha é a Ena e os outros são nossos parentes.
Na 2ª
sou eu, no navio; na 3ª, eu no Rio; e na
4ª somos Mamãe, minhas irmãs, eu e nossos primos Renato e Florriezinha Clark Bacellar, num lindo
passeio pela então “Cidade Maravilhosa”. .
Ficamos
hospedados com os tios Miguel Furtado Bacelar e Florrie. Ele foi o construtor
da Estrada de Ferro Central do Piauí (entre 1917 e 1921), em Parnaíba. Foi por intermédio
deles que se conheceram os jovens que haveriam de ser meus pais - Celso e
Marie, irmã caçula de Florrie.
Eles
tinham quatro filhos – Mário, Renato, Marina e Florriezinha. O 1º era arquiteto
e o 2º estava no último ano da Faculdade de Medicina. Todos nos receberam de
forma muito afetuosa, na sua confortável casa da Rua Marquês de São Vicente,
287 (onde hoje funciona a PUC), no aprazível bairro da Gávea.
O
primo Mário, em seu carro, nos mostrou a linda cidade. Era popular a seguinte marchinha
carnavalesca alusiva ao Rio: “Cidade maravilhosa, cheia de encantos mil, cidade maravilhosa, coração
do meu Brasil. Berço do samba e das lindas canções que vivem n’alma da gente,
és o altar dos nossos corações que cantam alegremente. Jardim florido de amor e
saudade, terra que a todos seduz, que Deus te cubra de felicidade, ninho de
sonho e de luz.” No carnaval daquele
ano o que mais admirei foi o desfile de carros alegóricos no “corso” da avenida
Rio Branco, visto das varandas de um edifício em que estivemos e em cujos
salões se brincava o carnaval infantil.
Poucos
dias após nossa chegada, minhas irmãs foram levadas para o Colégio Notre Dame
de Sion, em Petrópolis, onde ficariam internas. Mamãe e eu estivemos no Rio
entre 26 de Fevereiro e 2 de Abril, tempo suficiente para ver e fazer muita
coisa. Para mim, andar de bonde era um belo passeio
Fomos
de trenzinho ao alto do Corcovado, para ver a famosa estátua do Cristo Redentor
e contemplar a espetacular visão panorâmica; e fomos no teleférico (bondinho
aéreo) ao Pão de Açúcar. Neste, escrevi no livro de impressões dos visitantes
mais ou menos isso: “Pão de Açúcar é o maior pão do mundo. Mas não é pão nem é de açúcar, e ninguém
come. Se alguém comer um pouco dele, morre entupido.” Assinei meu nome e a idade – 10 anos.
Eu e Mamãe regressamos no “Pará” (foto abaixo) também
do Lloyd.
Abro um parêntese: Esse era um dos 82 navios alemães
que o Brasil recebeu como “reparação” no final da 1ª Guerra Mundial, para
compensar os danos causados por eles. Nas negociações que se prolongaram até 1922 - apesar da guerra
haver terminado em 1918 - houve forte resistência dos países vencedores, que
reivindicavam para eles os navios alemães presos no Brasil, mas um jovem
diplomata brasileiro conseguiu que o pleito de nosso país fosse finalmente
aprovado. Trata-se de meu tio Frederico
Castelo Branco Clark, que por sua atuação
(discutindo com diplomatas das principais nações) mereceu um elogio do
então Presidente da República, Epitácio
Pessoa, em mensagem ao Congresso - conforme citei no capítulo “Um
parnaibano nas duas guerras mundiais” do livro “Compartilhando Riquezas de
Vida.” Fecho
o parêntese.
Pois bem, quando o “Pará” ancorou no porto de
Mucuripe, em Fortaleza, vimos outros navios também ancorados. O mais próximo
era o cargueiro inglês “Clement”, que eu conhecia de nome, pois meu pai falava
a seu respeito, citando que através dele sua firma exportava cera de carnaúba e
importava mercadorias em geral. Ele pertencia à Booth Line – empresa inglesa
que mantinha filial em Parnaíba, sendo seu gerente o Vice-Consul da Inglaterra
no Piauí. No ano seguinte, o “Clement” foi afundado no Atlântico por alemães em 30.9.1939 - último dia do mês em que começou a 2ª Guerra Mundial. O
“Affonso Penna”- torpedeado em 2.3.1943 - também viria a ser vítima da terrível
catástrofe que manchou a história da humanidade.
De volta da viagem ao
Rio, tive a alegria de encontrar uma maravilhosa surpresa em Parnaíba:
telefones...! Eram da marca Ericsson, suecos.
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Curso ginasial – Parnaíba –
1938/42
Em 1938 tive a sorte de ingressar no Instituto São
Luiz Gonzaga, cujo Diretor, Prof. José Rodrigues e Silva, se tornou não só um
mestre para mim, mas também amigo e orientador. O Prof. Joaquim Custódio dirigia um Grêmio
Cívico Literário, que realizava sessões nas tardes dos sábados, unindo o útil
ao agradável. Em 1941 fui eleito
presidente. Na foto maior sou o 5º
da esq. para a direita. A menor é um
detalhe da mesma.
Tenho gratas recordações do tempo em que meu colégio aliava civismo ao
tradicional ensino. Na foto de 1940,
acima, eu era “Guarda Bandeira” (indicado pela seta), ao lado da moça que
conduzia a Bandeira do Brasil. Ela era do Colégio Nossa Senhora das Graças,
convidada do nosso. Para mim, foi muito honroso ter sido designado pera essa
posição. Marchei feliz e compenetrado...
Os tambores e caixas na frente dos desfiles do
Instituto eram tocados por três alunos. Eu aprendi com os mais velhos e no meu
penúltimo ano (1941) tive a alegria
de ser designado para integrar o grupo, do qual eu era o mais novo.
As fotos acima são do desfile da “Semana da Pátria”
daquele ano, quando nosso colégio conseguiu a Banda de Música Municipal para
tocar os “dobrados militares” à frente dos alunos. Nos tambores nós só tínhamos
que acompanhar a cadência dos músicos. Quando vejo, ainda hoje, uma banda do
Exército, da Marinha ou da Aeronáutica, minha atenção vai para os tambores e
caixas...!
A idade (90 anos) acrescenta saudade às lembranças mas
não impede as emoções. Foi feliz e vibrante minha juventude. "Recordar é
viver!”
Graças ao estímulo dos citados Professores, aprendi a
falar em público. Na foto estou, aos 14 anos,
discursando (em nome dos estudantes parnaibanos) em 7.9.1942, no coreto da Praça da Graça, onde se encontravam o Prefeito
Municipal, o Vigário da Paróquia e a ilustre visitante Eunice Weaver. O ato foi
seguido do tradicional desfile do “Tiro de Guerra” (do Exército) e de alunos
dos colégios, como parte da programação da “Semana da Pátria”.
O discurso foi feito a
quatro mãos, principalmente as do Professor José Rodrigues, mas a empolgação foi minha – exaltando o
patriotismo e condenando os afundamentos de muitos navios mercantes brasileiros
por submarinos alemães. Apenas duas semanas antes o Brasil havia declarado
guerra à Alemanha e à Itália e rompido relações com o Japão.
Em Dezembro de 1942
terminei o Curso Ginasial, habilitando-me a prosseguir no Curso Clássico. A
foto ao lado é do quadro (de madeira polida) de nossa “Colação de Grau”,
com as fotos dos 16 alunos sobre o mapa do Brasil. O conceituado colégio
foi fundado pelo empresário Ozias de
Moraes Correia (tio da Carminha), que sempre o apoiou e incentivou. A outra foto,
de quando eu tinha 15 anos menos 2 meses, é igual à do quadro. No início do ano
seguinte fui estudar no Colégio Nóbrega (de Jesuitas) em Recife, onde fiz o 1º
ano do Curso Clássico.
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Árvores
e frutas
Ao
longo de minha infância e juventude tive a felicidade de usufruir de uma chácara
- “Santa Maria” - com uma centena de árvores
frutíferas (principalmente mangueiras), das quais meus pais se orgulhavam.
Todas haviam sido plantadas por eles e vieram de sementes de frutas que eles
haviam saboreado e achado excelentes.
Na foto (1936) meus
pais (comigo e duas irmãs) e um casal de convidados para um almoço domingueiro
debaixo de frondosa mangueira. O menor sou eu, aos 8 anos, entre Papai e Mamãe.
O carro era um Chevrolet 1935 com capota dobrável. No tempo de meus 11 a 14
anos várias vezes levei colegas para saborearmos frutas naquela aprazível chácara.
Refletindo
sobre aquela época e as benfazejas árvores, admiro-me ao meditar sobre a incalculável
provisão do Criador, que nunca interrompeu o maravilhoso processo com o qual
tem beneficiado homens e animais alimentando-os com frutas – deliciosas e nutritivas.
As sementes nelas contidas possuem, ainda hoje, o mesmo poder germinativo que
possuíam aquelas que meus saudosos pais plantaram há quase um século; e os
frutos delas têm sabores, cheiros e cores iguais aos de então. Quando vejo a única
e grande semente de manga ou as dezenas de pequeninas sementes de mamão, louvo
a Deus por haver criado os céus e a terra e feito esta produzir árvores para
darem frutos com as respectivas sementes, para servirem de mantimento. (Gênesis
1.1,11,12 e 29).
Penso
também no seguinte: o homem planta mas não tem poder sobre a germinação, que
depende só do Criador; e depois de nascida a plantinha, o crescimento também
depende de Deus, que criou o Sol, sem o qual não haveria fotossíntese (que
introduz energia solar nos ciclos bioquímicos da Terra).
Aos 9
anos eu não refletia sobre o passado, mas aos 90 as reflexões podem ser
benéficas para o corpo e a mente. As agradáveis recordações de “Santa Maria”
germinaram em meu coração e produzem deliciosa gratidão a Deus pela abençoada
velhice que Ele amorosamente me tem proporcionado.
Abro um
parêntese: Recentemente
- por associação de ideias - fui motivado a pensar em meus pais plantando
mangueiras na década de 1920. Fui atraído por um colorido pacote de folhas de
papel A4. A informação escrita na
embalagem diz que elas são
originárias de florestas de eucalipto plantadas pela indústria que transforma
árvores em papel; e diz também que eles respeitam e cuidam da natureza.
Um
pensamento leva a outro e, assim, lembrei-me de um dileto amigo (falecido), que plantou milhões de cajueiros,
cujas amêndoas ele industrializava e exportava, gerando milhares de empregos e
milhões de dólares.
Os
produtores de papel e os exportadores de castanhas de caju (por eles
industrializadas) são belos exemplos do aproveitamento de árvores capazes de se
reproduzirem e se desenvolverem, milênio após milênio. Fecho o parêntese.
Alargando a reflexão mas
limitando-me a árvores, admiro o fato de existirem na Terra, embelezando-a e
valorizando-a, dezenas de milhares de diferentes espécies de plantas. Dentre as muitas que já tive oportunidade de
apreciar, as que mais me impressionaram, foram as gigantescas Sequoyas.
Em 1994 eu e Carminha
visitamos um parque na California para conhecê-las.(foto acima).
Voamos de Los Angeles a San
Francisco e de lá prosseguimos no carro de um casal americano residente em
Cupertino (nossos distintos amigos e “irmãos em Cristo”) que nos levaram ao
“Big Basin Redwoods Park”. Eles são vistos, com a Carminha, (foto ao lado) embaixo
de uma Sequoya cujo tronco foi parcialmente queimado por um incêndio que deixou
nela uma espécie de caverna. Eu estava lá, atrás da “máquina de retrato”.
No já
referido Suplemento devo escrever comentários adicionais sobre o assunto.
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Praia
de Amarração
A foto acima, de cerca de 1940, é de
Amarração - atual Luís Correia
É
impossível descrever em apenas um tópico o significado da vila de Amarração, que
pertencia ao município de Parnaíba e era, para mim, uma extensão de minha
querida terra natal. Elas eram ligadas por 13 km de ferrovia, com uma bela ponte
de ferro sobre o rio Portinho (foto ao lado). Por isso, farei apenas uma breve
referência à mesma, transcrevendo um trecho do que escrevi em 2013 no capítulo
“O vento, o voo, o homem e Deus” no meu livro Compartilhando Riquezas de
Vida:
“Ventania, coqueiros,
mar e céu –
Tranquilamente passei
a apreciar (em 1982) o cenário e a ouvir os sons da ventania agitando as folhas
dos coqueiros que o embelezavam. O rio (Igaraçu) desembocando no mar, o céu
azul claro e o suave ambiente evocavam todas as fases de minha vida. Sim, desde
a deliciosa e inesquecível infância com meus pais e irmãos (1ª foto - 1931) nas temporadas anuais da família nas
épocas das férias escolares, passando pelos períodos de namoro e noivado com a
Carminha, as conversas com os pais, avós e familiares dela, os banhos de mar,
as festas juninas, as “viagens” de trem, as aventuras em jipes antes da estrada
asfaltada, nossa “lua-de-mel” (maravilhosa, como se estivéssemos isolados numa paradisíaca ilha), as férias com nossos
filhos (2ª foto - 1954), os passeios de lancha,
as pescarias, os “bate-papo” com amigos, etc. Se eu pudesse filmar meus
pensamentos ou gravar as palavras que expressassem as reflexões que deles
procediam, naquele dia eu certamente teria feito isso.”
1ª foto (1931) - tirada por Papai: Ena, Sônia,
Fred, Reggie e eu (3 ou 4 anos).
2ª foto (1954)
- tirada pela Carminha: Mauro, eu e Jimmy Junior. Nessa foto vê-se o início da
curva onde o rio Igaraçu se lança no mar e, ao fundo, o velho farol de Atalaia
.- que fica em frente ao Oceano Atlântico.
Em minha infância o nome Amarração significava férias,
banhos de mar, trem e - até meus onze anos - também aviões. De 1929 a 1939 ali
operavam lindos hidroaviões Commodore da Pan American Airways e sua afiliada
Panair do Brasil. Meu pai era o Agente de ambas..
Eu me deleitava com a vibrante cena de um grande avião descendo nas
águas, silenciosamente deixando e recebendo passageiros e - após ruidosa
corrida sobre o rio - voltando a voar.
O ronco de seus motores - harmonioso e alto - era música para meus
ouvidos! Eles vinham da América e iam para a Argentina, escalando nas
principais cidades costeiras do Brasil. A pequena Parnaíba (com sua praia de
Amarração) foi incluída nessa rota por causa de sua situação geográfica, muito
conveniente. É inestimável a contribuição da navegação aérea para o progresso
do Piauí.
No início de 1939 chegaram aviões mais modernos - Sikorsky S-43 - que
passaram a operar no caudaloso rio Parnaíba, na localidade Rosápolis. Mais
detalhes e comentários a respeito podem
ser lidos na parte Aviação - adiante.
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No sertão
nordestino - 1940
Em
1940 passei férias numa fazenda, a convite dos irmãos Gerardo e Manuel Elias de
Aguiar, meus colegas do curso ginasial em Parnaíba e filhos de um amigo de meu
pai. Nossa faixa etária era de 12
a 14 anos e a temporada transcorreu agradavelmente, com
muitos passeios a cavalo, observação do trabalho dos operários extraindo ceras,
fazendo rapaduras, etc. Só não tolerei foi ver matarem bois e animais; e tive
pavor quando dois touros se enfrentaram numa briga perto da casa grande.
De Parnaíba a
Piracuruca fomos num trem da Estrada de Ferro Central do Piauí, saindo de manhã,
almoçando em Cocal e chegando à tarde.
Abro um
parêntese: A locomotiva da foto acIma é igual
às que diariamente ligavam Parnaíba a Amarração, saindo às 17:30 e chegando
meia hora depois. Após o pernoite, a composição ferroviária saía às 6:30 hs. Fecho o parêntese.
De Piracuruca
à sede da fazenda viajamos intermináveis horas montados em cavalos, pois saímos
à tardinha, pernoitamos numa hospedaria, reiniciamos quando o sol nasceu no dia
seguinte e só na hora do almoço, finalmente, chegamos a “Belmonte”.
A
“cavalaria” da qual tomei parte era composta de numerosos cavalos, sendo três montados
pelos meninos e muitos outros montados por vaqueiros que o pai de meus colegas
designara para conduzir, carregar a bagagem, proteger e suprir as necessidades
dos filhos e do coleguinha deles. A marcha era calma e lenta, comandada por um
cavaleiro que tinha segurança do que fazia. As horas se arrastavam mas não me
impacientei, preferindo tentar assimilar o ritmo e os costumes de meus colegas
e a desfrutar da natureza em estado puro naquele pitoresco sertão do meu lindo estado
natal – o Piauí.
A hospitalidade
dos pais e da irmã de meus colegas foi admirável e nunca os esquecerei. Muitos
anos depois tive a alegria de encontrar o Manoel Elias e sua família, em Belo
Horizonte, onde desfrutamos bons momentos e recordamos nossa juventude. Ele era
um conceituado engenheiro e trabalhava no Depto. de Estradas de Rodagem de
Minas Gerais. Lamentavelmente sua preciosa vida foi ceifada precocemente, em um
acidente. Em Araxá (MG) tive o prazer de ver o seu honrado nome escrito na
fachada de um prédio do governo estadual.
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3º ANIVERSÁRIO
DO BLOG
O dia
5.5.2016 foi o 1º em que algo de minha autoria ficou disponível na Internet
para ser lido por quem acessasse essa extraordinário rede mundial.
Sob o título “JFK - A morte de uma
esperança” (alusiva ao Presidente John Kennedy, assassinado em 22.11.1963)) tive
a honra de inaugurar este modesto blog - que em 5.5.2019 completa três
anos. Ao longo desse período ele foi
alvo de 9.691 visualizações, segundo verificação do Pastor José Wadson.
Registrando o fato - que me envaidece -
tenho a satisfação de expressar meus agradecimentos a todos os leitores, cuja leitura me estimula a continuar escrevendo -
enquanto Deus me capacitar a fazê-lo. Os assuntos serão os mesmos: Aviação, Família, Rotary,
Terra e Céu e Variedades.
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Fim da postagem 1/3
da parte ESTUDO E LAZER.
Continua na postagem 2/3 da mesma parte
Papai, gostei muito da história 82 dos navios alemães que o Brasil recebeu como reparação da Alemanha pelos estragos da I Guerra. Bem feito! Pena que não aprenderam a lição. Fiquei orgulhoso do tio Frederico (ou Freddie, ou Freddy, ou Fred - nunca vou saber). Seja como for, fiquei muito vaidoso em conhecê-lo na casa do vovô Celso, e foi entrevistado lá mesmo pela Rádio Assunção, antes de seguir para Parnaíba. Achei o máximo participar de tudo aquilo...
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