Observações à luz do bom senso,
passíveis de exame por parte de quem crê na existência ou na inexistência de
Deus.
PARTE
Nº
1
DESTE
CAPÍTULO
Em diversas ocasiões tenho
tido o prazer de conversar com um ateu muito inteligente e de grande cultura.
Falamos sobre o mundo, a natureza, as astronômicas dimensões do ambiente em que
a Terra se desloca, aspectos admiráveis do corpo humano inclusive as minúsculas
dimensões de certas partes de alguns órgãos, etc. Tais conversas aparecem de
repente e igualmente desaparecem, como “cometas intelectuais”.
O tempo passa e não volta
Recentemente ele me perguntou
o que era o tempo, que passa e não volta. Respondi que era como o vento, que
também passa e não volta. Em dado momento ele comentou que daqui a cem anos
todos os atuais habitantes da Terra estarão mortos, com raras exceções. Concordei.
Então ele me perguntou se eu achava que só os corpos permaneciam, liberando as
almas neles contidas. Diante de minha óbvia concordância, a conversa evoluiu
para aspectos filosóficos, chegando ao seguinte ponto pacifico: como sempre tem
ocorrido, hoje um grupo de habitantes da Terra crê na existência e outro crê
na inexistência de Deus. A propósito do assunto fiz uma analogia, cujo
resumo apresento a seguir:
Lição da História
Na década de 1920, quando Adolf
Hitler fundou o nazismo na Alemanha, tendo como base o fortalecimento militar,
a expansão territorial, as realizações sociais e a supremacia da raça germânica, um grupo de
judeus acreditava na existência de um plano que poderia transformar suas
vidas num inferno; paralelamente, outro grupo acreditava na inexistência
de tal plano. Na década seguinte o chefe do partido tornou-se chanceler do
Estado e, pouco depois, ditador do império denominado III Reich.
Deploravelmente a história
registra que aproximadamente 6.000.000 de judeus foram exterminados antes da
Alemanha ser derrotada e o diabólico “fuhrer” cometer suicídio ou sumir.
Enquanto isso, muitos outros judeus haviam se mudado para outros países, onde
prosseguiram vivendo em liberdade, como comprovam seus atuais descendentes. Naquela
época era impossível um grupo convencer o outro a respeito do futuro em que
acreditava. Por isso, muitos foram salvos enquanto muitos foram mortos,
como consequência das decisões que tomaram ou deixaram de tomar.
Muitos judeus abriram mão de
tudo que possuíam em sua terra natal e buscaram plagas desconhecidas, enquanto
era possível fazê-lo, pois chegou um tempo em que se tornou impossível escapar
da Gestapo (Polícia Secreta do III Reich). Analogamente, é limitado o tempo em
que é possível uma pessoa ser salva por Cristo para a vida eterna: enquanto
está vivendo e raciocinando. Depois da morte é impossível a um descrente
escapar da “polícia secreta” do satânico inimigo.
O seguinte raciocínio merece
reflexão: se Hitler não houvesse infernizado as vidas de milhões de judeus,
certamente teriam ficado frustrados aqueles que, apesar de vivos, abriram mão
de muitas coisas inestimáveis só por acreditarem numa hipótese. Inversamente,
os que acreditavam na ilusão de que o nazismo não lhes seria infernal, foram
submetidos a indescritíveis sofrimentos e a ignominiosas mortes.
Se hoje um ateu, por egoísmo
ou instinto de conservação, deixar o orgulho de lado para meditar nessa grave
lição da História, talvez constate que será melhor pedir, com humildade e
confiança, que Deus lhe conceda a felicidade de ter fé em Jesus Cristo - enquanto é tempo...
Considerações
Como já atingi a provecta
idade de 88 anos e talvez outros “cometas intelectuais” não me apareçam
enquanto posso conversar com algum amigo ateu, aproveito o embalo destas
considerações para adicionar as seguintes, na esperança de que alguém possa fazer
bom uso delas no futuro:
Cometas e a vastidão do Universo
O cometa de Halley reaparece
em espaços de 75 a 76 anos, tempo suficiente para ele dar uma “voltinha” pelo
espaço. Ele foi observado pela primeira vez em 1682, pelo inglês Edmund Halley,
que calculou seu retorno para 1758 ou 1759. O célebre astrônomo faleceu em
1742, antes de ver sua tese comprovada, mas o cometa não o decepcionou e ficou
reaparecendo nos tempos por ele previstos. Segundo consta, Mark Twain - nascido
em 1835, quando o cometa de Halley visitou a Terra - achava que morreria quando
ele voltasse; pois o notável escritor americano faleceu aos 75 anos, quando o
nebuloso astro reapareceu - em 1910...!
Exatamente nesse ano ele foi
visto pelo menino que haveria de ser meu pai e pela menina que haveria de ser
minha mãe; Celso Augusto era um dos alunos internos de um colégio de Fortaleza
cujo diretor lhes transmitiu valiosas informações a respeito; e Marie, em
Parnaíba, morava com os pais num sobrado cujo terraço, em cima do andar térreo,
era propício à observação. Em 1986, quando Papai tinha 90 anos e Mamãe ia fazer
88, o famoso cometa passeou nas cercanias de nosso planeta, mas em Fortaleza
foi difícil vê-lo. Assim, meus queridos velhinhos tiveram de se contentar com o
prazer de contar a filhos e netos um pouco do deslumbrante espetáculo celeste
que tiveram o privilégio de contemplar no passado. De minha parte, tentei mas não pude
apreciá-lo; apesar da frustração, fiquei emocionado só em ver (no telescópio de
uma escola) o pontinho luminoso que, segundo me afirmou um professor de
astronomia, era mesmo o famoso cometa de Halley! Aumentou minha admiração ao homem que
o percebeu, 304 anos antes, e acertou no cálculo de sua trajetória; e muito
mais ao Criador dele e do cometa.
Eu estava com a idade de 58
anos e então pensei: já não estarei aqui quando ele voltar à Terra. E fiquei
meditando na inconcebível distância que ele percorreu e nas miríades de astros
pelos quais ele foi passando ao longo dos 76 anos desde sua aparição no tempo
em que meus pais eram crianças...
Em 1969 Neil Armstrong e Edwin
Aldrin pousaram na Lua (no módulo “Eagle”), andaram nela e, reacoplando na
nave-mãe (“Columbia”), voltaram à Terra com Michael Collins, que nela ficou
rodeando o satélite. Nas palavras de Armstrong, a fantástica ocorrência foi “Um pequeno passo para o homem, um grande
salto para a humanidade”.
Apesar de transcorridos 47
anos, lembro-me bem daquele fascinante momento que valorizou a raça humana. E recordei
algo espetacular que vi em Nova York quando eu tinha 18 anos: a miniatura do
sistema solar, em escala, girando de forma sincronizada.
O que era invisível, porém,
me causou admiração igual ou maior: o mecanismo de engrenagens, motores, etc.
que, atrás do teto, movimentavam o Sol com seus planetas e respectivos
satélites. O complicado engenho só é invisível para os visitantes, pois foi calculado,
construído e montado por homens a quem Deus capacitou com inteligência,
habilidade e determinação para fazê-lo. É semelhante aos relógios, nos quais só
o mostrador e os ponteiros são visíveis, enquanto as engrenagens que trabalham
dia e noite são invisíveis - apesar de necessárias.
Poder invisível
Ouvi um astrônomo dizer que a
Terra equivale a um grão de poeira cósmica em relação ao Universo, cuja
dimensão excede os limites da mente humana - para quem só é visível uma pequena
parte dele. Em face dessa humilhante realidade, só pela fé (concedida por Deus
a quem Ele quer agraciar) os homens podem admirar numa noite escura um lindo
céu semeado de estrelas cintilantes, acreditando no poder - invisível - com que
o Criador as mantém orbitando no firmamento.
“...um grande passo para a civilização”
Em 2014 a Agência Espacial
Européia - ESA - realizou uma façanha que também valorizou a raça humana: fez
um equipamento (não tripulado) viajar dez anos no cosmo para pousar num cometa
orbitando em fantástica velocidade...! Foi o “Philae” (módulo acoplado à sonda
“Rosetta”), da qual se desligou para pousar no “Chury”. O longo tempo consumido
foi necessário para percorrer 6.500.000.000 (seis e meio bilhões) de
quilômetros...! O diretor-geral da ESA,
Jean-Jacques Dordain, assim se
expressou: “Foi um grande passo para a
civilização.”
É incompreensível para mim a
exatidão dos cálculos que permitiram o êxito da fabulosa missão. Admiro-a e
respeito os gênios modernos que a viabilizaram. Mais ainda, admiro a Quem os
criou e capacitou a acreditar e usufruir das leis com que Ele controla o
Universo: Deus! Se elas não fossem imutáveis, não seriam confiáveis.
Planeta parecido com a Terra, à distância de 500 anos-luz
Recentemente um planeta
parecido com a Terra foi localizado por astrônomos. Ele recebeu da NASA a
denominação “Kepler 186f”, segundo a revista Veja de 19.11.14. A boa notícia
foi neutralizada pelo esclarecimento sobre a distância que nos separa, pois um
objeto voando à velocidade da luz consumiria 500 (quinhentos) anos para
alcançá-lo...! Ultrapassa meu entendimento a imensidão do espaço que um objeto voando
a 300.000 km por segundo levaria 5 séculos para percorrer. O que mais admiro, porém, são os seguintes
fatos:
- a existência (do lado de cá) de um telescópio
capaz de identificar algo tão longe e a realidade (do outro lado) de um planeta
com características semelhantes à do satélite do Sol que é nosso lindo habitat;
- a grandiosidade de Deus ao criar (do lado de
cá) pessoas capazes de construir e utilizar telescópios desse porte e (do outro
lado) um sistema parecido com o solar
- com estrelas e satélites
obedecendo ao comando de Quem os criou e mantém funcionando.
Isso tudo me leva a pensar no
atual estágio da civilização, pois o tal astro existe há milênios mas só agora
veio a ser conhecido, fazendo-me supor o seguinte: a humanidade ainda está
para o conhecimento do Universo assim como em 1492 a caravela de Colombo estava
para um Boeing 777. Aproveitando as
mesmas leis físicas que já existiam e ainda existem hoje, o barco iniciou a
travessia do Atlântico em Agosto e terminou em Outubro; o avião voa a 890 km/ h
e, pesando mais de 300 toneladas, transporta 360 passageiros.
Esperança
Tenho pena dos ateus, que não
desfrutam da alegria de meditar na vastidão do Universo crendo em Quem o
criou, sustenta e controla. Lamento também que eles abram mão, talvez por
falta de humildade, da esperança de poderem - quando a vida terrena terminar e
a eterna começar - desfrutar da salvação em Cristo, no Céu, entendendo e
apreciando tanta grandiosidade.
Nota para os leitores
Esta é a parte
nº 1 do capítulo “ADMIRANDO MARAVILHAS CRIADAS POR DEUS” e, em continuação, outras
devem ser postadas oportunamente.
Junho de 2016
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