quarta-feira, 12 de setembro de 2018

HINO DE AMOR FILIAL


A quem ainda pode desfrutar da presença da sua mãe, dou o seguinte conselho: nunca desperdice a felicidade de alegrá-la com gestos de consideração, reconhecimento e amor filial.


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HINO DE AMOR FILIAL

Há 120 anos nasceu Marie - em 12 de Setembro de 1898 - a filhinha que seria a caçula de James Frederick Clark e Ana (Magdá) Gonçalves Castelo Branco Clark. Foi em Parnaíba, no Piauí. Em 1921 ela se tornou esposa de Celso Augusto de Moura Nunes. Tiveram seis filhos, sendo eu o caçula dos homens. Em 1948 ela veio morar em Fortaleza, com Papai e três filhos. Aqui ela viveu 41 anos, tendo falecido em 19.5.1989.
           Na foto acima (de 1963 em Fortaleza), meus pais e os filhos que Deus lhes deu.

Pelo “Dia das Mães” do ano passado postei neste blog (em 14.5.2017) um capítulo que escrevi em 1989 - “MARIE – MINHA MÃE”.  Aproveitei para escrever um  Posfácio, a fim de dar a quem ainda pode desfrutar da presença da sua, o seguinte conselho: nunca desperdice a felicidade de alegrar sua mãe com gestos de consideração, reconhecimento e amor filial.

Para lê-lo ou relê-lo - na Internet - basta clicar no seguinte link:


O referido artigo foi escrito quando eu tinha 61 anos. Hoje tenho 90 – a mesma idade que Mamãe atingiu. Na foto abaixo (de 1988),ela em seu último aniversário...
Hoje ela faria 120. Pelo transcurso desta data escolhi algo que, há algum tempo, escrevi e li num Rotary Club, pois ainda hoje eu utilizaria as mesmas palavras para expressar meu pensamento. Ao fazê-lo, presto homenagem não só à minha saudosa mãe, mas também à minha esposa, às nossas filhas e noras e às mães de quem vier a ler o discurso que um dia fiz e abaixo transcrevo:

“Tenho observado que os Rotary Clubes nutrem um grande apreço pelas senhoras mães, apreço este que não é demonstrado apenas através de homenagens em reuniões festivas como a de hoje, mas, principalmente, através do reconhecimento do inexcedível papel que elas desempenham na sociedade e na família.

Com efeito, nós rotarianos reconhecemos que as mães constituem o centro da família, merecendo toda a consideração por sua importância. Seria cômodo limitar-me a ressaltar as excelsas qualidades que adornam as figuras queridas de nossas próprias mães, assim como de nossas esposas e também das filhas que nos deram netos, porém elas merecem muito mais do que simples elogios e expressões de amor ou de saudade.

Por isso, nas asas da imaginação fiz um voo em pensamento a fim de obter uma visão panorâmica da mulher-mãe em seu habitat. Perscrutei o horizonte; descortinei um cenário variado de rios, montanhas e planícies; e faço uma analogia:

- os rios em turbilhão lembram as mães que se agitam em intensa luta pela vida;
- os rios vagarosos sugerem as vidas mansas e confortáveis de outras;
- os rios que saltam em cachoeiras representam as mães que tiveram de suportar    
  quedas e sofrimentos ao longo de suas vidas;

- as montanhas  (admiradas por se destacarem na paisagem) lembram as mães que se distinguiram em gestos de amor, abnegação, coragem, fé em Deus e perseverança;

- as planícies representam a multidão de mulheres cujos passos moderados foram dados no mesmo plano, sem altos nem baixos.

Em conjunto, todas elas participaram da construção dos elos da corrente que liga os primórdios da humanidade ao momento atual e haverá de ligá-lo às gerações vindouras.

Que sublime responsabilidade as mulheres receberam do Criador:  a de construírem com seus corpos e mentes os elos que ligam o Passado ao Presente e ao Futuro !

A própria raça humana foi marcada por um nascimento – aquele que mais a dignificou; efetivamente, a História foi dividida em dois períodos: antes e depois de Cristo.

Conforme ensina a Bíblia, a criança que veio ao mundo como Deus e como homem foi, nessa condição única, gerada pelo Espírito Santo e nascida de uma virgem. Aquela jovem mãe, Maria, apesar da honrosa missão recebida, deixou um magnífico exemplo de humildade e de submissão ao Senhor e Salvador. Parece que Deus homenageou as mães quando decidiu dar a uma mulher o privilégio de trazer no ventre a criança que seria o maior de todos os homens – Jesus, o único mediador entre Ele e os homens.

Continuando meu voo imaginário, observo que as mães estão para os filhos assim como a Terra está para as árvores. Explico: a mulher tem sido utilizada pela Criador como um maravilhoso instrumento Seu para a reprodução da espécie humana, tal como Ele utiliza a Terra para fazer nascerem dela as árvores, que, por sua vez, produzirão frutos, cujas sementes (retornando às suas origens) germinarão quando plantadas no solo.

A tecnologia é capaz de fabricar máquinas complexas, mas não é capaz de fazer uma criança. Só Deus o pode; o homem e a mulher apenas participam.

Consta que o Presidente Kennedy, em 1960, tentava diminuir o prazo de dez anos calculados por Von Braun para fazer o homem chegar à Lua; esgotados todos os argumentos, o cientista ponderou ao estadista o seguinte: só se V.Exa., com todos os recursos do mundo, conseguir que 9 homens e 9 mulheres façam 1 filho em 1 mês! Diante disso, o Presidente se conformou e determinou a prioridade nacional que resultaria na  fantástica  viagem de ida e volta à Lua, onde só em 1969 o 1º homem pisou.

As mães já foram crianças mas, como todas as criaturas, também envelhecem e morrem. Quando suas preciosas vidas se extinguem elas deixam uma lacuna impreenchível, mas também deixam, em seus descendentes, traços indeléveis de suas personalidades – que, pela maravilha da genética, atravessam gerações ao longo dos séculos.

Outra notável característica das mães é que, geralmente, elas ficam em segundo plano ou até incógnitas enquanto seus filhos se projetam ou se agigantam, ou, inversamente, são esmagados e sucumbem. Quem já ouviu ao menos falar nos nomes das mães dos grandes gênios e heróis da História? E dos famosos traidores e criminosos? E dos deficientes? E dos pobres e flagelados?

Elas simplesmente cumpriram, através da maternidade, a imprescindível missão de construírem os elos de que é feita a corrente da humanidade, compartilhando dos sucessos, fracassos, alegrias e tristezas de seus descendentes.

No início mencionei o apreço que os Rotary Clubes nutrem pelas mães; a razão é que os clubes de serviço zelam e se interessam pelos problemas da humanidade - a partir das comunidades. E como as esposas dos rotarianos prestam um inestimável serviço à causa rotária, a elas peço licença para abordar um aspecto do “Dia das Mães” que é fora do contexto desta homenagem. 

Trata-se do conhecido drama exposto pela imprensa – das milhares de famílias que sofreram com a prolongada seca e agora foram atingidas pelas chuvas que tornaram inabitáveis suas precárias moradias improvisadas nas periferia das cidades. Evitando entrar em detalhes, aproveito para mencionar que as Exmas. Senhoras dos rotarianos podem dar uma expressiva contribuição em favor das mães necessitadas. Como? Perguntando aos seus maridos, semanalmente, o que é que eles estão fazendo no Rotary e o que o clube está realizando pela comunidade. Esta seria uma forma de fazermos algo mais do que apenas demonstrar preocupação e interesse pelas mães que não podem, sozinhas, alterar uma conjuntura social e econômica de que são pobres vítimas indefesas.

Concluindo, quero focalizar um fato que bem demonstra o que são as mães aos olhos dos filhos: visitando em Brasília uma digna e ilustre personalidade em seu gabinete, vi na parede um quadro com a foto de uma senhora idosa entre quatro homens, seus filhos. Como todos atingiram os mais altos postos da carreira militar, manifestei ao meu eminente amigo o seguinte pensamento: “a senhora sua mãe deve se orgulhar de vocês”. Imediatamente ele retrucou: “não, Jimmy, nós é que nos orgulhamos dela.” Se eu citasse nomes, todos conheceriam pelo menos um, mas por certo ninguém reconheceria o nome daquela abençoada senhora. Assim são as mães – heroínas anônimas...!

É, por tudo isso, justa a homenagem deste Rotary Club, em cuja iniciativa percebo um carinhoso significado: um hino de amor filial em memória das mães que pertencem ao Passado, em homenagem às mães contemporâneas e em intenção das futuras mães.”

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Na foto acima (de 1908 na Inglaterra) a menina entre os pais, duas tias, um irmão e uma irmã, é Marie (minha futura mãe) aos dez anos.
Ela herdou algumas das excelentes qualidades de meus avós. E a seus filhos, netos e bisnetos, ela transmitiu algumas das excelentes qualidades dela e de meu pai.

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