INFÂNCIA E VELHICE
Ao atingir a idade de
90 anos, concedo-me a liberdade de alçar um voo... nas asas da imaginação.
Voando e pensando poderei contemplar a trajetória percorrida no passado,
avaliar o momento presente e vislumbrar a vida eterna no futuro.
FOTOS:o autor aos 4 anos (em cima do móvel), com os pais
e irmãos, em 12.9.1931; aos 5, com as irmãs, em 1932; aos 7, com os pais, em 1935; aos 7 (o mais novo) com os irmãos e um
primo, em 1935; aos 6 (atrás), em
1934; e aos 10, em 1938.
Ao recordar aquele
cenário que vi há 32 anos, posso imaginar o seguinte:
enquanto meu corpo ainda estava dentro de um
avião distante, eu já podia contemplar uma fronteira do continente
europeu, antes de chegar lá. Pois bem, de semelhante modo, creio que assim
ocorrerá comigo quando, já tendo Deus me desvencilhado dos vínculos terrenos,
eu visualizar o próprio Senhor Jesus me mostrando a entrada do Céu, que então eu
terei a suprema felicidade de poder contemplar pouco antes de chegar lá.
Farei, agora, uma simples
analogia:
Aquele aviador tinha
confiança na expectativa de que dentro de algumas horas chegaria em Paris,
baseado em seu conhecimento sobre a arte de comandar um avião e no bom
funcionamento do mesmo, assim como em sua obediência pessoal às leis da natureza
e aos regulamentos do tráfego aéreo
- de que dependiam totalmente a
segurança dele próprio e das três centenas de passageiros a bordo.
Quanto a mim, tenho a
mais absoluta certeza de que dentro de algum tempo - que pode ser curto ou
longo - chegarei ao meu glorioso destino eterno, graças à salvação em Cristo - que
me foi gratuitamente concedida por Deus, em plena consonância com os
ensinamentos contidos na Bíblia.
Dela citarei apenas
dois versículos de Isaías e dois de Jeremias:
“Os
jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que confiam
no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se
cansam, caminham e não se fatigam.” (Is 40.30-31)
“Bendito
o homem que confia no SENHOR, e cuja esperança é o SENHOR. Porque ele é como a
árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não
receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano da sequidão não
se perturba nem deixa de dar fruto.” (Jr 17.7-8)
No início deste
capítulo mencionei que, atingindo a idade de 90 anos, eu me concedia a
liberdade de alçar um voo... nas asas da imaginação. Pois bem, agora estou na
reta final e assim, antes do pouso, quero manifestar o seguinte sentimento:
O poeta que nos legou
o belo poema dos 8 anos disse que sentia saudade da aurora de sua vida; eu digo
que minhas saudades são dos entes queridos que faziam parte de minha própria
existência mas foram seguindo o caminho de todos os mortais.
Eles são tantos que,
para lhes prestar minha homenagem póstuma quando chego ao patamar das nove
décadas, citarei os nomes de apenas quatro, que são:
meu pai e minha mãe, CELSO NUNES e MARIE
CLARK NUNES,
meu sogro e minha sogra ALBERTO CORREIA e
MARIA MARQUES CORREIA.
Para concluir, faço
novamente referência ao poema dos 8 anos. Casimiro de Abreu - o grande poeta
cuja vida foi tão curta (1839-1860) - declarou que na infância os dias eram belos,
o céu era um manto azulado e a vida era um hino de amor.
Por isso mesmo, estou escrevendo BEM VIVIDOS
90 ANOS - que tenciono postar brevemente no blog Compartilhando Riquezas de Vida como um novo capítulo.
Assim, o que acabo de
dizer sobre a Infância e a Velhice - baseado na poesia que meu pai gostava de
recitar - passa a ser um prólogo do capítulo acima referido. Ele
nasceu do seguinte raciocínio: acho que tenho o dever moral de prestar contas do
que andei fazendo com o tempo e os recursos recebidos de meu Criador - como uma
espécie de “Balanço Geral” revelando minha percepção do mundo de que participei
e participo.
Meu objetivo é contar
um resumo do que pude ouvir, viver e/ou ver durante esses anos, manifestando
gratidão a Deus pela felicidade de continuar desfrutando de uma velhice
abençoada – até o dia que Ele quiser, conforme Sua soberana vontade.
*
Apêndice: AVIAÇÃO - TECNOLOGIA -
NATUREZA
Para quem gosta de Aviação, ofereço um comparativo de
algumas características dos aviões acima citados, que voei quando tinha as
idades de 8 e 58 anos respectivamente:
JUNKERS G-24 – Fabricação
alemã
Comprimento 15,6 m;
Envergadura 31,00 m; Altura 6,00 m.
Peso máximo 6.800
quilos; Velocidade cruzeiro: 140 km/h;
Altitude cruzeiro:
2.000 m; Alcance: 1.300 km
Passageiros: 9. Empresa: Sindicato Condor. Ano: 1936.
BOEING 747 – Fabricação americana
Comprimento 70,66
m; Envergadura 59,64 m; Altura 19,32 m.
Peso máximo 322.000
quilos; Velocidade cruzeiro: 966 km/h;
Altitude cruzeiro: 13.715
m; Alcance: 8.330 km
Passageiros:
342. Empresa: Air France. Ano: 1985.
Não há como estabelecer comparação entre os
conjuntos motopropulsores antigos e modernos, pois
enquanto o Junkers G-24 era equipado com pequenos motores a gasolina (3) que
giravam hélices, o Boeing 747 é equipado com grandes turbinas (4) do tio
turbofan, que exercem um empuxo de proporções gigantescas. Em um importantíssimo
detalhe, porém, o G-24 e o 747 se igualam, pois ambos utilizam o mesmo oxigênio
encontrado na atmosfera. Ele sempre foi e é o agente da respiração de homens e
animais e o agente da combustão em motores e máquinas. Esse elemento indispensável é
concedido gratuitamente pelo Criador, de forma inesgotável. A Aviação é companheira do progresso, mas não
existiria se não existisse oxigênio na atmosfera que envolve o globo terrestre.
O desenvolvimento tecnológico é resultante do
aproveitamento - por homens inteligentes e idealistas - de elementos criados por
Deus e postos à disposição da humanidade. Como já dizia Lavoisier, “Na natureza nada se cria e nada se perde,
tudo se transforma”.
Parabéns tio Jim. Curiosidades o G-24 pesa + ou - 1/50 do peso do B-747. Considerando 50 × 9 passageiros daria 450 passageiros, que representa o mesmo peso do B-747 que só leva 342 passageiros.
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