Percebendo o quanto é
desconhecido para muita gente o significado da Páscoa, fui motivado a escrever
esta breve reflexão para oferecê-la aos leitores - com os votos de que possam
ser beneficiados com a recordação ou a compreensão a respeito da referida festividade.
O
Monte Pascoal é um marco na História do Brasil e o primeiro pedaço de terra visto
por Cabral (em 22.4.1500) desde que zarpou de Portugal (em 9.3.1500) com
destino à Índia. Já tive o prazer de contemplá-lo, enquanto voava a baixa
altura num helicóptero no litoral da Bahia.
517 anos depois do citado
navegador haver escolhido o nome daquele monte em alusão à época - na Páscoa em
que o Brasil foi descoberto - tenho ouvido de pessoas iletradas e cultas, nesta
“Semana Santa” de 2017, os mesmos votos de “Feliz Páscoa”.
Conversando com uns e
outros, percebi que o significado desse evento é desconhecido para a maioria
das pessoas e fui, por isso, motivado a escrever esta breve reflexão, a fim de oferecê-la
aos leitores com meus votos de que possam ser beneficiados com a recordação (os
que já sabem) ou com a compreensão (os que ainda não sabem) a respeito da
referida festividade.
Festa anual dos judeus em memória de
sua saída do Egito
Uma impressionante história da Páscoa é
descrita no capítulo 12 de Êxodo - o 2º Livro de Moisés. Ele foi o escolhido de
Deus para libertar o povo judeu, que viveu 430 anos no Egito e estava
escravizado.
Para forçar Faraó a deixar sair a
multidão de israelitas, Deus mandou terríveis pragas sobre seu país, mas aquele
soberano resistiu até a penúltima, apesar do sofrimento a que a nação esteve
submetida ao longo de quase um ano.
Finalmente, veio o “xeque-mate” - a 10ª
e última praga: se os judeus não fossem libertados, a morte atingiria a todos
os primogênitos, inclusive o do Faraó!
O versículo 12 diz: "Porque,
naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos
os primogênitos, desde os homens até aos animais; executarei juízo sobre todos
os deuses do Egito: Eu sou o SENHOR."
Como de Deus não se zomba, "Aconteceu que, à meia-noite, feriu o SENHOR todos os primogênitos
na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se assentava no seu trono,
até ao primogênito do cativo que estava na enxovia, e todos os primogênitos dos
animais." (Ex 12.29).
Detalhe importantíssimo é a prévia proteção
dada por Deus ao Seu povo; Moisés e Arão receberam ordem para mandar cada
família imolar um cordeiro (macho de um ano, sem defeito) cujo sangue devia ser
passado nas ombreiras e na verga da porta das casas em que o animalzinho fosse
comido. O versículo 13 diz: “O sangue vos
será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei
por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do
Egito.” Se eles não houvessem
obedecido, sacrificando o cordeiro e se protegendo com o sangue redentor, seus
primogênitos certamente teriam morrido na mesma ocasião em que a poderosa sentença
foi executada.
Deus
tirou do Egito cerca de 600.000 homens mais suas mulheres e crianças. Eles
levaram tudo que possuíam, além das roupas e dos objetos de prata e ouro que
pediram e ganharam dos egípcios. Estes se apressaram em ver fora de sua terra
aqueles escravos, pois a morte dos primogênitos lhes trouxe o pavor de morrerem
todos, se Deus ordenasse.
A extraordinária libertação passou a
ser comemorada anualmente na Páscoa, que passou a ser celebrada como estatuto
perpétuo (Ex 12.11 e 14).
O histórico e grandioso evento marcou, também, o estabelecimento de Israel como nação, pela
vontade e pelo poder de Deus. Segundo a Bíblia (versículo 15 do capítulo 5 do
livro de Deuteronômio), Moisés disse a todo o povo judeu: "...
te lembrarás que foste servo na terra do Egito e que o SENHOR, teu Deus, te
tirou dali com mão poderosa e braço estendido..."
Segundo o livro “Estudo Panorâmico da Bíblia” (de Henrietta Mears), o já citado
capítulo de Êxodo contém a figura mais clara, no Antigo Testamento, da nossa
salvação individual pela fé no sangue vertido pelo Senhor Jesus Cristo. O fato
apontava profeticamente para Ele, fazendo referência à Sua crucificação como a
morte do nosso Cordeiro Pascal.
Festa cristã para
comemorar a ressurreição de Jesus Cristo
No “Manual
Bíblico” (de Henry Halley) consta o seguinte comentário: “O cordeiro, o sangue nas umbreiras das
portas, a morte dos primogênitos, o livramento do domínio de um país hostil e a
continuação dessa festa através de toda a história de Israel, tudo parece que
foi destinado por Deus para ser uma grandiosa figura histórica de Cristo, o
Cordeiro Pascal, que, por Seu sangue, nos livra do mundo hostil.”
De festa anual dos judeus em memória de
sua saída do Egito, a Páscoa veio a ser, também, uma festa cristã para
comemorar a ressurreição de Jesus Cristo. Tal ocorreu no ano 325 depois de
Cristo, no concílio ecumênico de Nicéia, convocado pelo imperador romano
Constantino. O tempo fixado haveria de ser sempre o 1º domingo após a lua cheia
que se seguir ou anteceder o dia 21 de Março (causando uma variação de 22 de Março a 25 de
Abril de cada ano).
O livro “Quem é Ele, afinal?” (de Mauro Clark) contém uma visão bíblica da
Pessoa e da obra de Jesus Cristo e explica - de forma compreensível e
cristalina - o doloroso sacrifício, o precioso sangue do Cordeiro de Deus
derramado na cruz e a ressurreição de Quem conquistou a morte para sempre.
O referido autor considera a
ressurreição de Jesus como o evento mais importante da história da Criação e o
ato supremo de todo o complexo projeto de Deus para a salvação dos homens que
cressem. Concordo plenamente.
Para valorizar meu modesto pensamento
sobre a Páscoa, escolhi as seguintes passagens bíblicas dentre as muitas transcritas
no citado livro:
Efésios 1.19-21 - “... e qual a
suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da
força do seu poder, o qual exerceu Ele em Cristo, ressuscitando-O dentre os
mortos e fazendo-O sentar à Sua direita nos lugares celestiais, acima de todo
principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa
referir, não só no presente século, mas também no vindouro.
João 10.17-18 - “Por isso, o Pai me
ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo
contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também
para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai.”
Romanos 10.9 - “Se, com a tua
boca, confessares Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus O ressuscitou
dentre os mortos, serás salvo.”
Desejo a todos os leitores uma “Feliz Páscoa” e a
compreensão de seu real significado.
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