domingo, 16 de abril de 2017

BREVE REFLEXÃO SOBRE A PÁSCOA



Percebendo o quanto é desconhecido para muita gente o significado da Páscoa, fui motivado a escrever esta breve reflexão para oferecê-la aos leitores - com os votos de que possam ser beneficiados com a recordação ou a compreensão a respeito da referida festividade.


    O Monte Pascoal é um marco na História do Brasil e o primeiro pedaço de terra visto por Cabral (em 22.4.1500) desde que zarpou de Portugal (em 9.3.1500) com destino à Índia. Já tive o prazer de contemplá-lo, enquanto voava a baixa altura num helicóptero no litoral da Bahia.
517 anos depois do citado navegador haver escolhido o nome daquele monte em alusão à época - na Páscoa em que o Brasil foi descoberto - tenho ouvido de pessoas iletradas e cultas, nesta “Semana Santa” de 2017, os mesmos votos de “Feliz Páscoa”.
Conversando com uns e outros, percebi que o significado desse evento é desconhecido para a maioria das pessoas e fui, por isso, motivado a escrever esta breve reflexão, a fim de oferecê-la aos leitores com meus votos de que possam ser beneficiados com a recordação (os que já sabem) ou com a compreensão (os que ainda não sabem) a respeito da referida festividade.

Festa anual dos judeus em memória de sua saída do Egito

Uma impressionante história da Páscoa é descrita no capítulo 12 de Êxodo - o 2º Livro de Moisés. Ele foi o escolhido de Deus para libertar o povo judeu, que viveu 430 anos no Egito e estava escravizado. 
Para forçar Faraó a deixar sair a multidão de israelitas, Deus mandou terríveis pragas sobre seu país, mas aquele soberano resistiu até a penúltima, apesar do sofrimento a que a nação esteve submetida ao longo de quase um ano.
Finalmente, veio o “xeque-mate” - a 10ª e última praga: se os judeus não fossem libertados, a morte atingiria a todos os primogênitos, inclusive o do Faraó!
O versículo 12 diz:  "Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até aos animais; executarei juízo sobre todos os deuses do Egito: Eu sou o SENHOR."
 Como de Deus não se zomba, "Aconteceu que, à meia-noite, feriu o SENHOR todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se assentava no seu trono, até ao primogênito do cativo que estava na enxovia, e todos os primogênitos dos animais." (Ex 12.29).
 Detalhe importantíssimo é a prévia proteção dada por Deus ao Seu povo; Moisés e Arão receberam ordem para mandar cada família imolar um cordeiro (macho de um ano, sem defeito) cujo sangue devia ser passado nas ombreiras e na verga da porta das casas em que o animalzinho fosse comido. O versículo 13 diz: “O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito.”  Se eles não houvessem obedecido, sacrificando o cordeiro e se protegendo com o sangue redentor, seus primogênitos certamente teriam morrido na mesma ocasião em que a poderosa sentença foi executada.   
 Deus tirou do Egito cerca de 600.000 homens mais suas mulheres e crianças. Eles levaram tudo que possuíam, além das roupas e dos objetos de prata e ouro que pediram e ganharam dos egípcios. Estes se apressaram em ver fora de sua terra aqueles escravos, pois a morte dos primogênitos lhes trouxe o pavor de morrerem todos, se Deus ordenasse.
A extraordinária libertação passou a ser comemorada anualmente na Páscoa, que passou a ser celebrada como estatuto perpétuo (Ex 12.11 e 14).
O histórico e grandioso evento marcou, também, o estabelecimento de Israel como nação, pela vontade e pelo poder de Deus. Segundo a Bíblia (versículo 15 do capítulo 5 do livro de Deuteronômio), Moisés disse a todo o povo judeu:  "... te lembrarás que foste servo na terra do Egito e que o SENHOR, teu Deus, te tirou dali com mão poderosa e braço estendido..." 
Segundo o livro “Estudo Panorâmico da Bíblia” (de Henrietta Mears), o já citado capítulo de Êxodo contém a figura mais clara, no Antigo Testamento, da nossa salvação individual pela fé no sangue vertido pelo Senhor Jesus Cristo. O fato apontava profeticamente para Ele, fazendo referência à Sua crucificação como a morte do nosso Cordeiro Pascal.

Festa cristã para comemorar a ressurreição de Jesus Cristo
                                                                                                       
No “Manual Bíblico” (de Henry Halley) consta o seguinte comentário: “O cordeiro, o sangue nas umbreiras das portas, a morte dos primogênitos, o livramento do domínio de um país hostil e a continuação dessa festa através de toda a história de Israel, tudo parece que foi destinado por Deus para ser uma grandiosa figura histórica de Cristo, o Cordeiro Pascal, que, por Seu sangue, nos livra do mundo hostil.”

De festa anual dos judeus em memória de sua saída do Egito, a Páscoa veio a ser, também, uma festa cristã para comemorar a ressurreição de Jesus Cristo. Tal ocorreu no ano 325 depois de Cristo, no concílio ecumênico de Nicéia, convocado pelo imperador romano Constantino. O tempo fixado haveria de ser sempre o 1º domingo após a lua cheia que se seguir ou anteceder o dia 21 de Março  (causando uma variação de 22 de Março a 25 de Abril de cada ano).

O livro “Quem é Ele, afinal?” (de Mauro Clark) contém uma visão bíblica da Pessoa e da obra de Jesus Cristo e explica - de forma compreensível e cristalina - o doloroso sacrifício, o precioso sangue do Cordeiro de Deus derramado na cruz e a ressurreição de Quem conquistou a morte para sempre.

O referido autor considera a ressurreição de Jesus como o evento mais importante da história da Criação e o ato supremo de todo o complexo projeto de Deus para a salvação dos homens que cressem. Concordo plenamente.
Para valorizar meu modesto pensamento sobre a Páscoa, escolhi as seguintes passagens bíblicas dentre as muitas transcritas no citado livro:

Efésios 1.19-21 - “... e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder, o qual exerceu Ele em Cristo, ressuscitando-O dentre os mortos e fazendo-O sentar à Sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir, não só no presente século, mas também no vindouro.

João 10.17-18 - “Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai.”

Romanos 10.9 - “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus O ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.”

            Desejo a todos os leitores uma “Feliz Páscoa” e a compreensão de seu real significado.

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