Síntese de fatos que pareciam intermináveis e causaram muito sofrimento, mas passaram, sendo dignos de recordação e reflexão.
Quando no Brasil já são
onze milhões os que sofrem por haverem perdido seus empregos e a tempestade
política ainda está longe de ceder lugar à bonança; quando os noticiários
mostram o presidente americano conversando com seu colega russo a respeito da
grave situação da Síria; e, com a primeira-ministra alemã, sobre o complexo
problema dos refugiados na Europa; quando muitos se preocupam com a figura de
um candidato à chefia do governo do maior país do mundo; e quando o “Aedes
aegypti” ameaça ser a praga universal do mosquito - a memória dos mais velhos
pode suavizar o pessimismo dos mais novos, que pouco ou nada podem fazer a
respeito - exceto pedir a Deus que tenha misericórdia da raça humana.
Dignos de recordação
existem vários exemplos de dificuldades e sofrimentos que pareciam
intermináveis ou insolúveis em suas épocas mas que, apesar disso, passaram e
hoje fazem parte da História. Citarei apenas o mais doloroso e abrangente
ocorrido ao longo de minha existência:
QUANDO UM HOMEM INFERNIZOU
A EUROPA E AMEDRONTOU O MUNDO: O período de 1939 a 1945 manchou a trajetória da humanidade e
ficou conhecido como a “2ª Guerra Mundial”.
Eu era criança quando tudo
começou, em 1.9.1939, mas guardo na lembrança as expressões de tristeza e
revolta das pessoas contra a pavorosa crueldade de Adolf Hitler, que determinou
o ataque à Polônia - incapaz de resistir ao grande poder das forças aérea,
terrestre e marítima dos alemães. Em consequência, Inglaterra e França
declararam guerra à Alemanha, mas só oito meses depois esta voltou a atacar. Os
alvos escolhidos foram Holanda, Luxemburgo e Bélgica (que sucumbiram) e França
(que só aguentou cinco semanas e pediu armistício...!) O fato
prejudicou muito os ingleses, que tinham 400.000 soldados no porto de
Dunkerque, onde poderiam ser dizimados pelos alemães que, em número muito
superior e equipados com tanques, se aproximavam. Aqueles ingleses viram a
morte bem perto e escaparam graças ao “amor ao próximo” que motivou muitos de
seus compatriotas a enfrentar o mar em cerca de mil embarcações para trazê-los
de volta. Em números redondos, 30.000 soldados morreram, 30.000 foram
capturados e 340.000 foram salvos - honrando as tradições cristãs da
Inglaterra. O imenso e valioso material bélico dos ingleses naquele porto
francês teve de ficar lá - para os alemães...!
Livros tem sido escritos e
filmes tem sido produzidos sobre a fantástica retirada, durante a qual os
alemães afundaram mais de duzentas embarcações e derrubaram mais de cem aviões.
Dois meses depois, os alemães
decidiram destruir a RAF (Royal Air Force) a fim de poderem invadir o país pelo
mar. Houve, porém, heróica resistência aos incessantes bombardeios aéreos que
ficaram conhecidos como “Batalha da Inglaterra”. Referindo-se aos aviadores
que fizeram Hitler e Goering desistir, Churchill declarou que
“nunca tantos deveram tanto a tão poucos”.
Desde 1936
Alemanha e Itália tinham uma aliança, chamada “Eixo”; em 1940 o Japão aderiu.
Em Junho de 1941 os alemães atacaram a União Soviética, que estava despreparada
mas resistiu bravamente, sob o comando de Stalin; este contou com o apoio de
Roosevelt para o fornecimento de material bélico americano, inclusive aeronaves
de última geração.
Em 7 de Dezembro do mesmo ano,
centenas de aviões japoneses atacaram a frota americana ancorada em Pearl
Harbor, precipitando a entrada dos Estados Unidos na guerra.
Em 1942 o
Brasil, presidido por Getúlio Vargas, rompeu relações diplomáticas e comerciais
com os países do Eixo, tendo em 1944 enviado uma Força Expedicionária à Itália,
onde ficou vinculada ao V Exército Americano; seus comandantes eram,
respectivamente, os Generais Mascarenhas de Morais e Mark Clark. O Exército
Brasileiro e a FAB (Força Aérea Brasileira) obtiveram vitórias expressivas, das
quais Monte Castelo e Montese são constantemente lembradas.
Sobre o
envolvimento de nosso país na guerra, merece referência especial o afundamento
de 34 navios mercantes brasileiros (causando a morte de 1.081 pessoas)
entre 1941 e 1944. Dentre eles destaco o “Affonso Penna” (fotos abaixo), no
qual viajei em 1938 e do qual tenho agradáveis recordações. Lamento o seu
trágico fim, pois ele foi torpedeado em 1943, causando a morte de 125 pessoas,
das quais muitas foram submetidas a terríveis sofrimentos, conforme relatado no
livro “O Brasil na mira de Hitler”, de Roberto Sander (Editora Objetiva).
A triste realidade dos
traiçoeiros afundamentos a navios indefesos - estratégia bem sucedida dos
alemães nos mares do mundo nos primeiros anos da guerra - veio a ser
interrompida quando as Forças Aéreas dos países atingidos (inclusive a FAB)
foram gradualmente sendo equipadas com modernos aviões de patrulha preparados
para localizar e destruir submarinos.
Enquanto
isso, o inglês Churchill, o americano Roosevelt e o russo Stalin (que se
tornaram credores da humanidade pela obstinada luta dos “Aliados” contra o
“Eixo”) decidiram impor uma exigência radical aos inimigos: “Rendição
Incondicional”.
Em 6.6.1944
ocorreu o gigantesco desembarque, sob o comando do General Eisenhower, de
tropas dos países “Aliados” nas praias da Normandia, onde começou a libertação
da França e demais países ocupados pelos nazistas e o ataque final até a
capitulação da Alemanha, que estava sendo invadida e dominada pela multidão de
russos integrantes do exército comandado pelo Marechal Jukov - vitorioso em
Moscou em 1941, Stalingrado em 1943 e Berlim em 1945.
Franklin
Roosevelt faleceu em 25.4.45, pouco antes de poder contemplar a vitória na
Europa; foi sucedido por Harry Truman. A Alemanha se rendeu em 9 de Maio...! E
Hitler desapareceu, fugindo astuciosa e covardemente ou suicidando-se sem
deixar vestígio.
Em Agosto os
americanos lançaram duas bombas atômicas (Hiroshima e Nagasaki, nos dias 6 e
9), tendo o Japão capitulado no dia 15; no dia 2 do mês seguinte foi assinado o
ato de rendição incondicional, perante o General MacArthur, em solenidade
realizada num navio da Marinha Americana ancorado na baía de Tóquio.
Redigindo
esta postagem, em Maio de 2016, observei a seguinte curiosidade histórica:
exatos 6 anos
transcorreram entre o começo e o fim da 2ª Guerra Mundial: no dia 1° de
Setembro de 1939 a ponta de uma bomba alemã tocou em solo polonês e explodiu
(marcando o começo) e no dia 2 de Setembro de 1945 a ponta de uma caneta
japonesa tocou num papel e firmou uma assinatura (marcando o fim). Aquela bomba
(a primeira de milhares...) foi lançada quando a mão de um homem acionou o
dispositivo que a desprendeu do avião; e aquela caneta deixou fluir sua tinta
quando a mão de um homem escreveu seu nome no papel que se tornou o “ponto final” de uma tragédia
humana de proporções inimagináveis.
Foram 72
meses de terror, fogo, destruição, desespero, ferimentos, angústia e
sacrifícios, deixando um saldo horripilante de muito mais de quarenta milhões
de mortes...!
Eu tinha 11
anos (1ª foto) quando tudo começou e 17 anos (2ª foto) quando tudo terminou.
Guardo nítida
lembrança desse conturbado período e do que tem ocorrido até hoje, quando, aos
88 anos, posso manifestar o seguinte pensamento:
4 - levei meio século para compreender assunto tão sério, mas aos 52 anos fui alcançado pela misericórdia de Deus, que me concedeu a graça da fé em Jesus Cristo, que me salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo; no livro “Compartilhando Riquezas de Vida” (publicado em 2014) a feliz ocorrência está explicada no capítulo “Aconteceu comigo”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente