quinta-feira, 26 de maio de 2016

CRISES PASSAM, VALORES ETERNOS FICAM

Síntese de fatos que pareciam intermináveis e causaram muito sofrimento, mas passaram, sendo dignos de recordação e reflexão.      
Quando no Brasil já são onze milhões os que sofrem por haverem perdido seus empregos e a tempestade política ainda está longe de ceder lugar à bonança; quando os noticiários mostram o presidente americano conversando com seu colega russo a respeito da grave situação da Síria; e, com a primeira-ministra alemã, sobre o complexo problema dos refugiados na Europa; quando muitos se preocupam com a figura de um candidato à chefia do governo do maior país do mundo; e quando o “Aedes aegypti” ameaça ser a praga universal do mosquito - a memória dos mais velhos pode suavizar o pessimismo dos mais novos, que pouco ou nada podem fazer a respeito - exceto pedir a Deus que tenha misericórdia da raça humana.
Dignos de recordação existem vários exemplos de dificuldades e sofrimentos que pareciam intermináveis ou insolúveis em suas épocas mas que, apesar disso, passaram e hoje fazem parte da História. Citarei apenas o mais doloroso e abrangente ocorrido ao longo de minha existência:
QUANDO UM HOMEM INFERNIZOU A EUROPA E AMEDRONTOU O MUNDO: O período de 1939 a 1945 manchou a trajetória da humanidade e ficou conhecido como a “2ª Guerra Mundial”.
Eu era criança quando tudo começou, em 1.9.1939, mas guardo na lembrança as expressões de tristeza e revolta das pessoas contra a pavorosa crueldade de Adolf Hitler, que determinou o ataque à Polônia - incapaz de resistir ao grande poder das forças aérea, terrestre e marítima dos alemães. Em consequência, Inglaterra e França declararam guerra à Alemanha, mas só oito meses depois esta voltou a atacar. Os alvos escolhidos foram Holanda, Luxemburgo e Bélgica (que sucumbiram) e França (que só aguentou cinco semanas e pediu armistício...!) O fato  prejudicou  muito os ingleses, que tinham 400.000 soldados no porto de Dunkerque, onde poderiam ser dizimados pelos alemães que, em número muito superior e equipados com tanques, se aproximavam. Aqueles ingleses viram a morte bem perto e escaparam graças ao “amor ao próximo” que motivou muitos de seus compatriotas a enfrentar o mar em cerca de mil embarcações para trazê-los de volta. Em números redondos, 30.000 soldados morreram, 30.000 foram capturados e 340.000 foram salvos - honrando as tradições cristãs da Inglaterra. O imenso e valioso material bélico dos ingleses naquele porto francês teve de ficar lá - para os alemães...!
Livros tem sido escritos e filmes tem sido produzidos sobre a fantástica retirada, durante a qual os alemães afundaram mais de duzentas embarcações e derrubaram mais de cem aviões.
   Dois meses depois, os alemães decidiram destruir a RAF (Royal Air Force) a fim de poderem invadir o país pelo mar. Houve, porém, heróica resistência aos incessantes bombardeios aéreos que ficaram conhecidos como “Batalha da Inglaterra”. Referindo-se aos aviadores que  fizeram  Hitler e Goering desistir, Churchill declarou que “nunca tantos deveram tanto a tão poucos”.
   Desde 1936 Alemanha e Itália tinham uma aliança, chamada “Eixo”; em 1940 o Japão aderiu. Em Junho de 1941 os alemães atacaram a União Soviética, que estava despreparada mas resistiu bravamente, sob o comando de Stalin; este contou com o apoio de Roosevelt para o fornecimento de material bélico americano, inclusive aeronaves de última geração.
   Em 7 de Dezembro do mesmo ano, centenas de aviões japoneses atacaram a frota americana ancorada em Pearl Harbor, precipitando a entrada dos Estados Unidos na guerra.
   Em 1942 o Brasil, presidido por Getúlio Vargas, rompeu relações diplomáticas e comerciais com os países do Eixo, tendo em 1944 enviado uma Força Expedicionária à Itália, onde ficou vinculada ao V Exército Americano; seus comandantes eram, respectivamente, os Generais Mascarenhas de Morais e Mark Clark. O Exército Brasileiro e a FAB (Força Aérea Brasileira) obtiveram vitórias expressivas, das quais Monte Castelo e Montese são constantemente lembradas.
   Sobre o envolvimento de nosso país na guerra, merece referência especial o afundamento de  34 navios mercantes brasileiros (causando a morte de 1.081 pessoas) entre 1941 e 1944. Dentre eles destaco o “Affonso Penna” (fotos abaixo), no qual viajei em 1938 e do qual tenho agradáveis recordações. Lamento o seu trágico fim, pois ele foi torpedeado em 1943, causando a morte de 125 pessoas, das quais muitas foram submetidas a terríveis sofrimentos, conforme relatado no livro “O Brasil na mira de Hitler”, de Roberto Sander (Editora Objetiva).

A triste realidade dos traiçoeiros afundamentos a navios indefesos - estratégia bem sucedida dos alemães nos mares do mundo nos primeiros anos da guerra - veio a ser interrompida quando as Forças Aéreas dos países atingidos (inclusive a FAB) foram gradualmente sendo equipadas com modernos aviões de patrulha preparados para localizar e destruir submarinos.  
   Enquanto isso, o inglês Churchill, o americano Roosevelt e o russo Stalin (que se tornaram credores da humanidade pela obstinada luta dos “Aliados” contra o “Eixo”) decidiram impor uma exigência radical aos inimigos: “Rendição Incondicional”.
   Em 6.6.1944 ocorreu o gigantesco desembarque, sob o comando do General Eisenhower, de tropas dos países “Aliados” nas praias da Normandia, onde começou a libertação da França e demais países ocupados pelos nazistas e o ataque final até a capitulação da Alemanha, que estava sendo invadida e dominada pela multidão de russos integrantes do exército comandado pelo Marechal Jukov - vitorioso em Moscou em 1941, Stalingrado em 1943 e Berlim em 1945.
   Franklin Roosevelt faleceu em 25.4.45, pouco antes de poder contemplar a vitória na Europa; foi sucedido por Harry Truman. A Alemanha se rendeu em 9 de Maio...! E Hitler desapareceu, fugindo astuciosa e covardemente ou suicidando-se sem deixar vestígio. 
   Em Agosto os americanos lançaram duas bombas atômicas (Hiroshima e Nagasaki, nos dias 6 e 9), tendo o Japão capitulado no dia 15; no dia 2 do mês seguinte foi assinado o ato de rendição incondicional, perante o General MacArthur, em solenidade realizada num navio da Marinha Americana ancorado na baía de Tóquio.
   Redigindo esta postagem, em Maio de 2016, observei a seguinte curiosidade histórica:
exatos 6 anos transcorreram entre o começo e o fim da 2ª Guerra Mundial: no dia 1° de Setembro de 1939 a ponta de uma bomba alemã tocou em solo polonês e explodiu (marcando o começo) e no dia 2 de Setembro de 1945 a ponta de uma caneta japonesa tocou num papel e firmou uma assinatura (marcando o fim). Aquela bomba (a primeira de milhares...) foi lançada quando a mão de um homem acionou o dispositivo que a desprendeu do avião; e aquela caneta deixou fluir sua tinta quando a mão de um homem escreveu seu nome no papel que se tornou o “ponto final” de uma tragédia humana de proporções inimagináveis.
   Foram 72 meses de terror, fogo, destruição, desespero, ferimentos, angústia e sacrifícios, deixando um saldo horripilante de muito mais de quarenta milhões de mortes...!
   Eu tinha 11 anos (1ª foto) quando tudo começou e 17 anos (2ª foto) quando tudo terminou.

  Guardo nítida lembrança desse conturbado período e do que tem ocorrido até hoje, quando, aos 88 anos, posso manifestar o seguinte pensamento:
1 - naquela época nem o mais otimista dos homens poderia prever de quem seria a vitória e quando o mundo voltaria a ter paz;
2 - as 7 décadas posteriores mostraram que na Terra sempre aparecem problemas e sofrimentos (terremotos, furacões, tsunamis, guerras, revoluções, homicídios, pragas, doenças, desemprego, fome, etc.) mas também comprovaram que as crises passam e os valores eternos ficam;
3 - o tempo voa e a vida terrena passa com as gerações que vão se sucedendo, enquanto a vida eterna nos aguarda a todos; a questão fundamental a ser considerada e resolvida em tempo oportuno por cada ser humano é a certeza (com base bíblica) de seu destino quando morrer;
4 - levei meio século para compreender assunto tão sério, mas aos 52 anos fui alcançado pela misericórdia de Deus, que me concedeu a graça da fé em Jesus Cristo, que me salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo; no livro “Compartilhando Riquezas de Vida” (publicado em 2014) a feliz ocorrência está explicada no capítulo “Aconteceu comigo”.

Obs.: Nas próximas postagens o autor planeja oferecer aos leitores deste blog outros capítulos que podem estimular muita gente a contribuir para fortalecer a causa da paz, em decorrência da informação ou da reflexão sobre fatos históricos. No amplo sentido da palavra, a PAZ (a nível individual e coletivo) sempre foi e é o bem mais raro, precioso e desejado pelos seres humanos de todas as raças.

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