Dando prosseguimento à postagem de contos infantis escritos por minha
esposa, ofereço o 3º - com o qual espero poder alegrar corações de crianças que
vierem a ler ou a ouvir de alguém que se disponha a ler para elas.
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Com a intenção de alegrar corações de crianças das
famílias de leitores deste blog, estou postando mais um dos contos infantis de
autoria de minha esposa e também amiga de infância: CARMINHA CORREIA CLARK NUNES.
Bianca e Branquinha
Bianca era uma linda
ovelhinha que fazia parte do rebanho de um pastor que cuidava de suas ovelhas
com muito zelo e amor. Durante a Primavera e o Verão as ovelhas vivam a céu
aberto, no campo ou nas colinas. Só eram recolhidas ao aprisco quando chegava o
Inverno, época de frio e vento insuportáveis.
Bianca não gostava de
ficar presa no aprisco por ser muito irrequieta, o que não é comum em se
tratando de ovelhas, que em geral são dóceis e gostam de viver agrupadas,
tranquilamente. Ela sentia necessidade de muito espaço para fazer suas longas
caminhadas ao ar livre, em busca de pasto verdinho e fresco. Certa vez
afastou-se tanto das companheiras que acabou se perdendo! Por mais que balisse,
clamando por socorro, não era ouvida. A noite chegou...
Bianca ouviu um uivo
longínquo cortando o vale. O medo apoderou-se dela e impulsionou-a numa
carreira desabalada, o mais que lhe permitissem suas frágeis pernas. Passou por
cima de pedras e espinhos, guiando-se pela tênue claridade das estrelas e pelo
seu instinto, à procura do seu aprisco.
Enquanto isso, o pastor já
dera pela falta de Bianca e estava à sua procura. No desespero da corrida
Bianca tropeçou, embaralhou-se numa moita de espinhos e caiu, ficando de pernas
para o ar. Teria morrido se naquele instante o pastor não a houvesse
encontrado. Desembaraçou-a carinhosamente e a carregou nos braços, pois estava
ferida e tremia muito! Desde aquele dia a ovelhinha rebelde não se afastou mais
de seu pastor.
O tempo passou e Bianca
tornou-se adulta. Era uma linda ovelha! Seu corpo foi revestido com um espesso
manto de lã muito branca, crespa e macia. Casou-se com um bonito carneiro, mas
se sentia triste porque não podia dar cria como suas companheiras que eram
mamães de lindos cordeirinhos.
Uma das ovelhas mães notou
a tristeza de Bianca e perguntou-lhe o motivo. Bianca olhou a jovem mãe com um
doce olhar e respondeu: eu gostaria muito de ter um filhotinho para cuidar e
amar, mas não posso...! A outra tratou de confortá-la: - “Ah! mas não seja por
isso. Talvez eu possa dar um jeito...; sabe, Bianca, eu já tive muitos “bebês”
e se você quiser, darei este que está na minha barriga para você...”
- É verdade?!
- “Sim, é verdade!!!”
Bianca saltou de alegria e
correu para contar a maravilhosa notícia ao seu “marido”. Juntos, começaram a
se preparar para a tão sonhada chegada de seu “bebê”.
Assim que a cordeirinha
nasceu, sua “mamãe da barriga” a levou prontamente à Bianca, que seria dali por
diante sua “mamãe do coração”. Ao receber aquela coisinha fofa e graciosa,
Bianca apertou-a ao peito e a beijou com lambidas molhadas de ternura.
- Vou chamá-la de
Branquinha porque será um nome parecido com o meu.
Branquinha foi crescendo
alegre e feliz ao lado de seus pais. Tornou-se uma ovelhinha muito querida,
viva e saudável, que brincava, saltava e corria pelos campos floridos. Gostava
quando ouvia sua mãe chamá-la de “filhinha do coração”...
Bianca um dia resolveu contar à Branquinha a
história daquela noite em que quase morreu e só foi salva por causa do zelo do
seu pastor, que na escuridão da noite saiu procurando por ela até encontrá-la. Aproveitando a
oportunidade, deu à filha o importante conselho de nunca se afastar do pastor,
pois ele é capaz de lhe proteger dos perigos e, além disso, lhe ensinar o
que é bom e útil para a vida.
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