sexta-feira, 27 de julho de 2018

ALEGRANDO CORAÇÕES DE CRIANÇAS - 3

Dando prosseguimento à postagem de contos infantis escritos por minha esposa, ofereço o 3º - com o qual espero poder alegrar corações de crianças que vierem a ler ou a ouvir de alguém que se disponha a ler para elas.

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Com a intenção de alegrar corações de crianças das famílias de leitores deste blog, estou postando mais um dos contos infantis de autoria de minha esposa e também amiga de infância: CARMINHA CORREIA CLARK NUNES.


Bianca e Branquinha


Bianca era uma linda ovelhinha que fazia parte do rebanho de um pastor que cuidava de suas ovelhas com muito zelo e amor. Durante a Primavera e o Verão as ovelhas vivam a céu aberto, no campo ou nas colinas. Só eram recolhidas ao aprisco quando chegava o Inverno, época de frio e vento insuportáveis.

Bianca não gostava de ficar presa no aprisco por ser muito irrequieta, o que não é comum em se tratando de ovelhas, que em geral são dóceis e gostam de viver agrupadas, tranquilamente. Ela sentia necessidade de muito espaço para fazer suas longas caminhadas ao ar livre, em busca de pasto verdinho e fresco. Certa vez afastou-se tanto das companheiras que acabou se perdendo! Por mais que balisse, clamando por socorro, não era ouvida. A noite chegou...

Bianca ouviu um uivo longínquo cortando o vale. O medo apoderou-se dela e impulsionou-a numa carreira desabalada, o mais que lhe permitissem suas frágeis pernas. Passou por cima de pedras e espinhos, guiando-se pela tênue claridade das estrelas e pelo seu instinto, à procura do seu aprisco.

Enquanto isso, o pastor já dera pela falta de Bianca e estava à sua procura. No desespero da corrida Bianca tropeçou, embaralhou-se numa moita de espinhos e caiu, ficando de pernas para o ar. Teria morrido se naquele instante o pastor não a houvesse encontrado. Desembaraçou-a carinhosamente e a carregou nos braços, pois estava ferida e tremia muito! Desde aquele dia a ovelhinha rebelde não se afastou mais de seu pastor.

O tempo passou e Bianca tornou-se adulta. Era uma linda ovelha! Seu corpo foi revestido com um espesso manto de lã muito branca, crespa e macia. Casou-se com um bonito carneiro, mas se sentia triste porque não podia dar cria como suas companheiras que eram mamães de lindos cordeirinhos.

Uma das ovelhas mães notou a tristeza de Bianca e perguntou-lhe o motivo. Bianca olhou a jovem mãe com um doce olhar e respondeu: eu gostaria muito de ter um filhotinho para cuidar e amar, mas não posso...! A outra tratou de confortá-la: - “Ah! mas não seja por isso. Talvez eu possa dar um jeito...; sabe, Bianca, eu já tive muitos “bebês” e se você quiser, darei este que está na minha barriga para você...”
- É verdade?!
- “Sim, é verdade!!!”

Bianca saltou de alegria e correu para contar a maravilhosa notícia ao seu “marido”. Juntos, começaram a se preparar para a tão sonhada chegada de seu “bebê”.


Assim que a cordeirinha nasceu, sua “mamãe da barriga” a levou prontamente à Bianca, que seria dali por diante sua “mamãe do coração”. Ao receber aquela coisinha fofa e graciosa, Bianca apertou-a ao peito e a beijou com lambidas molhadas de ternura.

- Vou chamá-la de Branquinha porque será um nome parecido com o meu.
Branquinha foi crescendo alegre e feliz ao lado de seus pais. Tornou-se uma ovelhinha muito querida, viva e saudável, que brincava, saltava e corria pelos campos floridos. Gostava quando ouvia sua mãe chamá-la de “filhinha do coração”...

Bianca um dia resolveu contar à Branquinha a história daquela noite em que quase morreu e só foi salva por causa do zelo do seu pastor, que na escuridão da noite saiu procurando por ela até encontrá-la. Aproveitando a oportunidade, deu à filha o importante conselho de nunca se afastar do pastor, pois ele é capaz de lhe proteger dos perigos e, além disso,  lhe ensinar o que é bom e útil para a vida.

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